18/11/2016
Transtorno por Estresse Pós-Traumático
Conforme a classificação de transtornos mentais e de comportamento da Organização Mundial de Saúde o transtorno por estresse pós-traumático surge como uma resposta tardia e ou protraída a um evento ou situação estressante (de curta ou longa duração) de uma natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica, a qual provavelmente causa angústia invasiva em quase todas as pessoas, por exemplo: desastre natural ou feito pelo homem, combate, acidente sério, testemunhar morte violenta, ser vítima de tortura, assalto, grande perda financeira, desemprego, perda amorosa inesperada, pressões laborativas entre outras.
Fatores predisponentes como traços de personalidade ou história prévia de doença neurótica podem baixar o limiar para o desenvolvimento da síndrome ou agravar o seu curso, mas não são necessários nem suficientes para explicar sua ocorrência.
Sintomas típicos incluem episódios de repetidas revivescências do trauma sob a forma de memórias intrusas – flashbacks ou sonhos, ocorrendo contra o fundo persistente de uma sensação de “entorpecimento” e embotamento emocional, afastamento de outras pessoas, falta de responsabilidade ao ambiente, anedonia e evitação de atividades e situações recordativas do trauma. Comumente há medo e evitação de indicativos que relembrem ao paciente o trauma original.
Raramente, podem haver surtos dramáticos e agudos de medo, pânico ou agressão, desencadeados por estímulos que despertam uma recordação e ou revivescência súbita do trauma ou da reação original a ele.
Há usualmente um estado de hiperexcitação autonômica com hipervigilância, uma reação de choque aumentada e insônia. Ansiedade e depressão estão comumente associadas aos sintomas e sinais acima e ideação suicida não é infrequente.
O uso de álcool e drogas pode ser um fator de complicação. O início segue o trauma com um período de latência que pode variar de poucas semanas a meses (mas raramente excede 6 meses). O curso é flutuante, mas a recuperação pode ser esperada na maioria dos casos.
Por Katia Yoza, CRMSP 90.521, médica graduada pela Faculdade de Medicina de Marília e pós-graduada pela Universidade Federal de São Paulo.
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