12/01/2017

Maconha na gravidez é deletéria

Ginecologia Guarulhos SJC


Artigo fresquinho no American Journal of Obstetrics and Ginecology de janeiro de 2017 faz uma revisão sobre o uso de maconha na gravidez, estimada em 2 a 5%, e que pode chegar a 28% em mulheres jovens, urbanas e de baixas condições socioeconômicas.

A maconha é altamente solúvel no sangue e nos tecidos gordurosos. Seu principal componente psicoativo, o 9-carboxi-delta-tetrahidrocanabinol, atravessa facilmente as barreiras placentária e encefálica, respectivamente, e se acumula no feto, especialmente no cérebro da criança.

Vários efeitos adversos para o feto foram documentados e levantados pelo autor da revisão, Dr Chasnoff, do Departamento de Pediatria na Universidade de Illinois, Estados Unidos.

Ele começa a revisão com os dados do Centro Americano de Prevenção de Malformações Congênitas, que detectou aumento dos casos de anencefalia com o uso de maconha durante o período da formação do tubo neural, uma a quatro semanas depois da concepção, período em que frequentemente a mulher ainda não desconfiou de gravidez.

Em recém-nascidos, há aumento da irritabilidade, tremor, dificuldade de adaptação, e alterações de sono. Aos seis anos de idade, nota-se pior memória e quociente de inteligência. Aos dez anos de idade, essas crianças têm mais déficit de atenção, hiperatividade, impulsividade e depressão. Aos quatorze anos de idade, mais chance de delinquência.

Estudo com ressonância magnética em adultos jovens que foram expostos à maconha durante a vida intrauterina revelou alterações de funcionamento neuronal e pior memória.

A conclusão do estudo é que a maconha não é uma droga inofensiva, especialmente durante a gestação. Seu uso por mulheres jovens que ainda não descobriram que estão grávidas pode acarretar aumento de problemas de humor, memória e inteligência nos filhos. Material informativo deve ser distribuído, e em condições ou países onde o uso é legalizado deve haver um alerta na embalagem, para que as mulheres em idade fértil fiquem muito atentas ao risco de engravidar e tomem as medidas necessárias para não expor seus futuros filhos às ações deletérias da droga.

Para ler o artigo completo (em inglês), clique aqui.


Referência
Chasnoff IJ. Medical marijuana laws and pregnancy: implications for public health policy. Am J Obstet Gynecol. 2017 Jan;216(1):27-30.


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