Artigo fresquinho no American Journal of Obstetrics and Ginecology
de janeiro de 2017 faz uma revisão sobre o uso de maconha na gravidez,
estimada em 2 a 5%, e que pode chegar a 28% em mulheres jovens, urbanas e
de baixas condições socioeconômicas.
A maconha é altamente solúvel no sangue e nos tecidos gordurosos. Seu
principal componente psicoativo, o 9-carboxi-delta-tetrahidrocanabinol,
atravessa facilmente as barreiras placentária e encefálica, respectivamente, e se acumula no feto, especialmente no cérebro da criança.
Vários
efeitos adversos para o feto foram documentados e levantados pelo autor
da revisão, Dr Chasnoff, do Departamento de Pediatria na Universidade
de Illinois, Estados Unidos.
Ele
começa a revisão com os dados do Centro Americano de Prevenção de
Malformações Congênitas, que detectou aumento dos casos de anencefalia com
o uso de maconha durante o período da formação do tubo neural, uma a
quatro semanas depois da concepção, período em que frequentemente a
mulher ainda não desconfiou de gravidez.
Em recém-nascidos, há aumento da irritabilidade, tremor, dificuldade de adaptação, e alterações de sono. Aos seis anos de idade, nota-se pior memória e quociente de inteligência. Aos dez anos de idade, essas crianças têm mais déficit de atenção, hiperatividade, impulsividade e depressão. Aos quatorze anos de idade, mais chance de delinquência.
Estudo
com ressonância magnética em adultos jovens que foram expostos à
maconha durante a vida intrauterina revelou alterações de funcionamento
neuronal e pior memória.
A
conclusão do estudo é que a maconha não é uma droga inofensiva,
especialmente durante a gestação. Seu uso por mulheres jovens que ainda
não descobriram que estão grávidas pode acarretar aumento de problemas
de humor, memória e inteligência nos filhos. Material informativo deve
ser distribuído, e em condições ou países onde o uso é legalizado deve
haver um alerta na embalagem, para que as mulheres em idade fértil fiquem muito atentas ao risco de engravidar e tomem as medidas necessárias para não expor seus futuros filhos às ações deletérias da droga.
Para ler o artigo completo (em inglês), clique aqui.
Referência
Chasnoff
IJ. Medical marijuana laws and pregnancy: implications for public
health policy. Am J Obstet Gynecol. 2017 Jan;216(1):27-30.
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