20/03/2017

Vitamina D e Câncer de Mama


Vitamina D e câncer de mama


A vitamina D, ou colecalciferol, pode participar de mais funções do que o já bem estudado metabolismo ósseo. Foram encontrados receptores para vitamina D em vários tecidos além dos ossos, como em linfócitos, pâncreas, sistema nervoso central, coração, pele, ovários e mamas.

A vitamina D é responsável por aumentar a absorção de cálcio e fósforo no intestino, diminuir a secreção de paratormônio pela glândula paratireoide, e estimular a atividade dos osteoblastos e osteoclastos que atuam no metabolismo dos ossos.

Deficiência de vitamina D é definida como 25-hidroxi-vitamina D no sangue em níveis inferiores a 20 ng/mL. A deficiência de vitamina D diminui a absorção de cálcio pelo intestino. Ao longo do tempo pode haver consumo do tecido ósseo, com raquitismo na criança e osteoporose no adulto.

A vitamina D é obtida nos alimentos e metabolizada no fígado, com a ajuda da radiação UVB solar, e essa dinâmica depende de vários fatores, como cor da pele, latitude, estação do ano, horário, vestimenta e uso de filtros solares. Uma exposição ao sol suficiente para causar leve eritema produz cerca de 20 mil unidades de vitamina D.

Outras doenças associadas com deficiência de vitamina D, ainda em fase de estudo científico, são: hipertensão, resistência a insulina, hipercolesterolemia, síndrome dos ovários policísticos, pré-eclâmpsia e alguns tipos de câncer, como cólon, próstata, ovário e mama.

Estudo recente publicado no JAMA (Journal of the American Medical Association) avaliou 4.505 mulheres com câncer de mama. As pacientes com altos níveis de vitamina D tiveram 38% a mais de cura, que no estudo em questão foi definida como ausência de relapso da doença em 8 anos. O impacto foi ainda maior quando se analisa separadamente o grupo de mulheres jovens: o dobro de cura! Além disso, as mulheres cm deficiência de vitamina D se apresentavam ao diagnóstico com estágio mais avançado da doença. O mecanismo responsável por esses fatos ainda não é estabelecido.

Não devemos subestimar o importante papel da exposição solar e da vitamina D na saúde. Um adulto saudável precisa consumir, em média, 5 microgramas por dia de vitamina D e garantir uma exposição à luz solar de 30 minutos por semana, sem o uso de protetor solar. Alguns alimentos ricos em vitamina D são: bacalhau, salmão, ostras, ovos, fígado, sardinhas e atum. Converse com seu médico se a suplementação de vitamina D deve ser considerada no seu caso. Não tome suplementos sem receita, o excesso de vitamina D pode causar hipercalcemia e arritmia.
Artigo escrito por Dra. Jordana Bessa, CRM/SP 144.252, ginecologista e mastologista na Clínica Humana, em Guarulhos.



Referências
  1. Ross AC, Manson JE, Abrams SA, Aloia JF, Brannon PM, Clinton SK, Durazo-Arvizu RA, Gallagher JC, Gallo RL, Jones G, Kovacs CS, Mayne ST, Rosen CJ, Shapses SA. The 2011 report on dietary reference intakes for calcium and vitamin D from the Institute of Medicine: what clinicians need to know. J Clin Endocrinol Metab. 2011 Jan;96(1):53-8.
  2. Yao S, Kwan ML, Ergas IJ, Roh JM, Cheng TD, Hong CC, McCann SE, Tang L, Davis W, Liu S, Quesenberry CP Jr, Lee MM, Ambrosone CB, Kushi LH. Association of Serum Level of Vitamin D at Diagnosis With Breast Cancer Survival: A Case-Cohort Analysis in the Pathways Study. JAMA Oncol. 2017 Mar 1;3(3):351-357.

Nenhum comentário:

Postar um comentário