A dengue é a doença viral mais
comum no mundo, causada pelo Flavivirus,
e transmitida entre pessoas através das picadas dos mosquitos Aedes aegypti. Há vários subtipos de
Flavivirus, os mais comuns são DENG-1, DENG-2, DENG-3 e DENG-4.
Os sintomas costumam aparecer cinco
dias após a picada do mosquito infectado - febre, dor de cabeça e dor muscular.
Entre o terceiro e o sétimo dia, a doença evolui para recuperação ou para forma
grave, cujos sinais são dor abdominal intensa, choque, fraqueza, sangramento,
ou falta de ar por derrame pleural ou pericárdico.
A estratégia mais comum de
controle da doença é o combate ao mosquito. No Brasil, temos campanhas de
combate ao Aedes aegypti desde 1986, sem sucesso.
Segue o número de casos
confirmados de dengue nos últimos anos, segundo o Ministério da Saúde:
2006: 258.680
2007: 496.923
2008: 632.680
2009: 406.269
2010: 1.011.548
2011: 764.032
2012: 589.591
2013: 1.452.489
2014: 589.107
2015: 1.688.688
2016: 1.500.535
Como já exposto, apenas o combate
ao mosquito é insuficiente, mas em 2015 estava publicado no New England Journal of Medicine os
primeiros resultados da vacina contra o Flavivirus.
A vacina é composta pelos quatro
subtipos principais, vivos e atenuados, em três doses a cada seis meses. É
contraindicada na gravidez, na amamentação, na vigência de doença febril ou durante tratamento com medicações imunossupressoras. No Brasil, é comercializada
com o nome Dengvaxia®.
Os testes foram realizados em
aproximadamente 46 mil pessoas, e o objetivo primário era avaliar se a vacina
reduziria o número de infecções graves e óbitos. Em menores de 9 anos de idade,
a eficácia foi baixa. Já em pessoas acima de 9 anos de idade, a vacina reduziu
de forma significativa o número de internações por dengue grave em 50%.
Frequentemente a vacina causa
efeitos adversos leves, como dor de cabeça, dor muscular, febre e inchaço no
local da injeção. Raramente ocorre urticária (menos de 1%) e muito raramente
choque anafilático (menos de 0,01%).
Dengue: um milhão e meio de casos
por ano! Quase 1% de toda a população brasileira, em apenas um ano, e isso são
apenas os casos confirmados e notificados. Vivemos em região endêmica, devemos
usar repelente com frequência, colocar telas nas janelas e evitar qualquer tipo
de água parada em nossas casas. A vacina ainda não foi adquirida pelo sistema
público de saúde. Para aqueles que podem fazer o investimento, ela é vendida
por aproximadamente R$ 132 a dose.
Por Jordana Bessa, CRM 144.252, ginecologista e mastologista na Clínica Humana.
Por Jordana Bessa, CRM 144.252, ginecologista e mastologista na Clínica Humana.
Referencias
1. Hadinegoro
SR, et al. Efficacy and Long-Term Safety of a Dengue Vaccine in Regions of
Endemic Disease. N Engl J Med. 2015 Sep 24;373(13):1195-206.
2. Dengue,
Ministério da Saúde. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/dengue
acessado em 10 de abril de 2017.
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